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27/06/2024,
ADAC marca presença na 43ª Convenção ABAD 2024 Atibaia
Desafios e oportunidades da IA são discutidos no encontro

   Um dos mais importantes eventos do segmento Atacadista e Distribuidor do Brasil foi realizado neste mês, em Atibaia, São Paulo. A 43ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, promovida pela ABAD, contou com a presença da diretoria da ADAC e demais filiadas do país.

    Empresários, parceiros e jornalistas tiveram acesso aos dados do setor que tem importante participação no cenário econômico nacional. R$ 403,9 bilhões é o resultado do faturamento do segmento em 2023, o que representa crescimento nominal de +10,9% e real de +6,8% com relação ao ano anterior. Esse faturamento representa aproximadamente 52,5% do mercado geral de consumo (que cresceu +9,7% e chegou a um total estimado em R$ 769 bilhões de acordo com avaliação da NielsenIQ), melhor marca desde 2019, cenário pré-pandemia quando o percentual atingiu 53%. O segmento é responsável por gerar 524 mil empregos diretos e 5 milhões de empregos indiretos. Com presença em todo território nacional, atacadistas e distribuidores são responsáveis por entregar produtos industrializados essenciais em 1,16 milhão de pontos de vendas, em 5.570 municípios brasileiros.

   No mês de maio, o setor registrou um crescimento de +5,7% no acumulado do ano, em termos nominais, e de +6,1% no mês quando comparado com o mesmo mês de 2023.

  De Santa Catarina, a jornalista Estela Benetti do Grupo NSC participou do evento e coonversou com o presidente da ADAC, Alexandro Segala. Clique aqui e confira a reportagem.  

 

Segala concede entrevista a jornalista Estela Benetti, do Grupo NSC 

 

Na Era da Inteligência Artificial é destaque na Convenção

 

   O assunto mais comentado nos últimos tempos em todos os cenários e segmentos também ganhou destaque no encontro. Os desafios e as oportunidades para potencializar negócios foram amplamente abordadas por experts no assunto. 

   O publicitário e administrador de empresas, Walter Longo, falou sobre o tema que, segundo ele, nasceu nos anos 1970, mas passou a integrar o cenário global de maneira disruptiva apenas em novembro de 2022, com a chegada do Chat GPT. “E isso foi só o começo, essa é apenas uma entre as milhares de ferramentas que já existem”, disse ele, que aproveitou o momento para apresentar softwares que fazem imagens, vídeos, textos e assistência executiva. 

   Para Longo, a revolução não acontece quando a empresa adota novas ferramentas, mas novos comportamentos. “A gestão de qualquer negócio, em qualquer área, é dividir o tempo com sabedoria entre pendências e tendências, mas as pendências são tantas que nos afastam das tendências”, afirmou ele, que durante toda a fala destacou a importância do mercado estar atento às mudanças provenientes da inovação. Para o palestrante, as três dimensões da IA são: a tomada de decisão baseada em dados, a maior eficiência com redução de custos e a experiência aprimorada do cliente. 

   “Temos que sair dessa sala com uma decisão, uma decisão de CPF e não CNPJ: a gente quer continuar sendo normal ou vai virar exponencial?”, lembrando que não se trata de uma discussão sobre função e sim sobre missão. Segundo ele, a reflexão a ser feita é se a humanidade quer utilizar a IA para fazer melhor o que já faz ou para fazer menos do que faz atualmente. “IA é Inteligência Aumentada, não vem para tirar empregos, vem para devolver nossa humanidade”, completou.

   A tecnologia e a inovação voltaram a ser discutidas no segundo dia do evento, com o painel “Inteligência Artificial na Prática – Soluções existentes no Brasil” para o debate entre três elos da cadeia de abastecimento: indústria, atacado distribuidor e provedores de soluções tecnológicas.

  Na oportunidade, foi demonstrada como o setor está entrando em uma nova era onde a inteligência artificial realmente começa a fazer parte da rotina das organizações. “Quando conversamos com os tomadores de decisão no Brasil, percebemos que a inteligência artificial vem se tornando prioridade. Porém, prioridade não significa realidade e 84% das empresas de varejo ainda não usam essa tecnologia a seu favor”, comentou Eduardo Terra da BRT, que fez uma breve apresentação sobre a revolução tecnológica dos últimos anos.

   O especialista, que acaba de lançar o livro “Inteligência Artificial no Varejo” reunindo um panorama completo das aplicações práticas das ferramentas de IA no segmento – acredita que quatro fatores são os principais responsáveis pela aceleração da IA no mercado: conectividade, nuvem, capacidade computacional e dados.

   Segundo ele, hoje temos 2,5 quintilhões de dados sendo gerados diariamente, mas eles ainda não são utilizados de forma útil. “Menos de 1% dos dados nas empresas são analisados e transformados em benefícios. A ideia é justamente passar a usar um pedacinho disso tudo para tomar decisões que melhorem as perspectivas”.

 

Entre os elos, os fornecedores de soluções tecnológicas

 

    A GS1 Brasil e TOTVS participaram do debate para explicar como ferramentas específicas são potencialmente benéficas para o mercado atacadista distribuidor.

Para Marina Pereira, da GS1 Brasil, a tríade do sucesso de qualquer corporação no mundo moderno é pessoas, processos e tecnologia. “A inteligência artificial permeia essas três pontas importantes”, pontuou.

   Complementando o raciocínio, Elói Assis, da TOTVS, disse que as empresas voltadas ao ramo tecnológico têm a chance de ajudar a acelerar a adoção da IA nos negócios do setor entregando ferramentas que já consideram os dados mais relevantes nesse contexto. “A inteligência vem para mastigar uma quantidade de dados que não poderia ser trabalhada em uma planilha de Excel”, finalizou.

Segala e associados participam de palestra

 

Novo Go to Market reúne inteligência artificial em ecossistema único

 

    Um ecossistema completo com plataformas para conectar toda a cadeia de abastecimento, dos produtores aos consumidores já é realidade. Durante a palestra de Bruno Vianna, diretor Digital Insights da BEES, da Ambev, apresentou imagens que mostram que, de fato, essa revolução tecnológica está em curso e vem sendo usada dentro do setor atacadista distribuidor.

   “Desde o início da história do varejo, a gente percebe que tudo o que construímos era artesanal. Mas, de uns tempos para cá, começamos a nos tornar cada vez mais digitais”, disse. Com uma nova proposta para conectar produtores, indústrias, parceiros, varejistas e clientes, o ecossistema BEES se tornou um ponto de contato entre todos os elos da cadeia, entregando um Go to Market mais do que completo. E é assim que, há cerca de três anos, a Ambev vem trabalhando no Brasil.

   “Temos muitas plataformas distintas, desde suporte, um aplicativo para orientar a força de vendas tanto remota quanto presencial, ferramentas para dar visibilidade aos parceiros e muitas novidades que ainda chegarão”, explicou. O BEES consegue gerar um valor muito maior do que quando todos esses elementos atuam de forma independente e separada. “Com isso, evoluímos tanto que atualmente temos 20 vezes mais pontos de contato personalizados dentro da plataforma, o que é realmente poderoso”, comemorou.

   Segundo ele, o crescimento de distribuição total da Ambev é de aproximadamente 53%, valor bastante elevado quando se considera o tamanho da companhia que atende mais de 1 milhão de clientes todos os meses. “De maneira manual jamais conseguiríamos otimizar todas as pequenas decisões que temos que tomar diariamente nesse contexto. Foi assim que a IA chegou para auxiliar”, pontuou.

   Para o executivo, um dos objetivos do BEES está no fomento à prospecção. O ecossistema contribui com a identificação do potencial cliente, com o cálculo da probabilidade dele se tornar de fato um comprador, com a decisão se compensa agendar uma visita presencial, quem seria o melhor representante para esse atendimento e sobre o melhor horário para que essa visita seja realizada.

 

Desafios econômicos no Brasil e no mundo

 

   A atual conjuntura economica do país foi abordada com os convidados Pablo Spyer, comentarista econômico da Jovem Pan, e Rafael Furlanetti, da XP Investimentos. Os especialistas enfatizaram alguns dos principais pontos que despertam atenção (e preocupação): crescimento fraco dos países, inflação global em pico, juros que devem começar a cair em todo o mundo, riscos geopolíticos aumentando e eleições diversas nas grandes potências globais.

   “O crescimento dos países, de forma geral, ainda é muito fraco. O mundo vem crescendo menos do que poderia, mas de uma forma melhor do que imaginávamos no começo deste ano”, disse Spyer, conhecido como Tourinho de Ouro.

   Mesmo com essa percepção de desaceleração global, os Estados Unidos surpreendem pelos feitos pós pandemia. Segundo Furlanetti, em dois anos após a crise do novo coronavírus, os norte-americanos injetaram, na economia, um montante de dinheiro similar ao que foi injetado ao longo de oito anos na crise de 2008. “Frear a economia americana é como frear uma carreta carregada na BR em um dia chuvoso”, brincou ao comentar que juro alto e economia crescente é um feito nunca visto.

   Sobre os conflitos geopolíticos, os especialistas pediram especial atenção ao ataque dos rebeldes Houthis às empresas de navegação, o que pode sinalizar o início de um conflito maior, à guerra entre Israel e Hamas que ameaça se espalhar pelo Oriente Médio, e ao sucesso de Putin, que pode encorajar outros países a invadirem seus vizinhos.

 

Foto boa, filme preocupante

 

   Para descrever o atual cenário econômico, Furlanetti usou uma frase interessante: “a foto da economia é boa, mas o filme é preocupante”. O que o especialista quis dizer é que há uma série de frustrações na busca de receita no Brasil que podem impactar de forma negativa o cenário econômico no decorrer dos próximos meses. “A agenda a ser perseguida deve ser a de eficiência da máquina pública, o que é difícil de imaginarmos em um governo federal comandado pela esquerda”, explicou.

   Sobre o Rio Grande do Sul, que vive situação de calamidade após as enchentes ocorridas na região no final de abril, Spyer trouxe uma resposta: “os grandes bancos não estão vendo impactos no PIB, na economia e na inflação em decorrência das cheias em território gaúcho”, pontuou.

 

Painel apresenta boas práticas para a sociedade e o planeta 

 

   A importância que os stakeholders dão ao tema ESG, sigla do inglês para os aspectos Ambiental, Social e de Governança, foi o argumento inicial do Presidente do Comitê ESG da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), Alessandro Dessimoni, na abertura da apresentação “Negócios sustentáveis: um caminho sem volta”. 

   Para ele, “o consumidor vai nos empurrar para essa agenda ESG. Os nossos fornecedores já estão nessa linha e vão escolher parceiros que estejam na agenda. Temos outros tantos exemplos, os clientes, o mercado financeiro, os bancos vão fazer análise de crédito considerando práticas ESG”, afirmou.

   A ABAD implantou há dois anos um comitê e nesse período, o grupo conseguiu realizar três grandes entregas: as cartilhas voltadas aos pilares ambiental, social e de governança, a estruturação do projeto de logística reversa para o pequeno varejo e a parceria com o projeto Vidas Preciosas. 

   No aspecto ambiental, o grupo desenvolveu um projeto de economia circular e logística reversa que visa atingir 1 milhão de pontos de coleta seletiva em pequenos varejos no Brasil. O projeto prevê, por meio dos distribuidores, tanto o envio de coletores seletivos customizados para varejistas de bairros sem acesso à reciclagem, quanto a interface com cooperativas de coletores. Além do impacto ambiental, há o social.

   O Brasil tem 800 mil pessoas trabalhando em cooperativas de coletores, 70% são mulheres que ganham de meio a um salário mínimo por mês. Desde 2010 existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305), essa destinação é uma responsabilidade compartilhada entre todas as etapas da cadeia produtiva.

  Um projeto piloto iniciado neste ano, no interior de São Paulo e viabilizado pela Oniz Distribuidora, testa as premissas e, no futuro, pretende utilizar a inteligência artificial para saber o que está sendo descartado e onde. Para Walter Faria, CEO da Braveo, grupo que reúne seis empresas de distribuição – entre elas a Oniz e a catarinense Tiscoski –, destacou a relevância da iniciativa. “No futuro, as empresas não vão ser avaliadas pelo EBITDA, pelo resultado, mas sim pelo impacto que geram no meio ambiente e na comunidade. Por isso é tão importante fazer esse mapeamento e olhar os projetos que podemos implementar e tudo aquilo que a gente precisa para interagir como agentes de distribuição com os nossos parceiros”, explicou.

   No aspecto social, a edição da Cartilha Social da ABAD foi elaborada com foco no tema Diversidade, Equidade e Inclusão. Patrícia Fiore, da DBA, afirmou que as empresas precisam estar cientes que só tem a ganhar com a diversidade, e reafirma que a prática traz melhorias no que tange o clima organizacional, o aumento de produtividade, a redução de turnover, a inovação, o reconhecimento de potencial de colaboradores e o sucesso a longo prazo no mercado global.

   Patrícia destacou a aprovação de novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que haja uma mulher e um integrante de grupo minoritário nos Conselhos de Administração e citou uma frase enfática da vice-presidente de inclusão da Netflix, Vernā Myers “Diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar”.

   O projeto Vidas Preciosas, a terceira grande entrega do Comitê ESG foi o tema abordado pelo presidente do projeto Matt Featherstone, que por meio da prática do críquete incentiva o estudo, a disciplina, a liderança e a inteligência emocional de crianças de comunidades socialmente vulneráveis. Ao todo, 250 crianças no Rio de Janeiro já foram impactadas pelo projeto apoiado pela ABAD, que a partir desse mês de junho, terá início em São Paulo.

   Segundo Andreia Alves, do Instituto ABAD, o custo mensal para patrocinar uma criança no projeto é de R$ 50. “O Vidas Preciosa foi aprovado no Ministério da Cidadania e é possível direcionar até 2% do Imposto de Renda para ele”, explicou Andrea.

 

ABAD premia maiores atacadistas e distribuidores de cada estado na Convenção

   A 43ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto premiou os maiores atacadistas e distribuidores de cada estado segundo o Ranking ABAD NielsenIQ 2024 – Ano Base 2023.

  Os representantes das empresas vencedoras receberam a premiação das mãos do presidente Leonardo Miguel Severini e de Domenico Tremaroli Filho, retail vertical diretor Brazil da NielsenIQ.

 

Na Região Sul, os premiados foram:

Santa Catarina – Delly’s Food Service

Paraná – Destro Macroatacado

Rio Grande do Sul – Oniz Distribuidora

 

  Nesta edição, a pesquisa bateu o recorde com 740 respondentes, o que fortalece a representatividade numérica do atacado distribuidor, que chega a 55,2% de participação dentro do rol de produtos vendidos pelo varejo ao consumidor.

 

Respondentes têm acesso à plataforma de BI

 

   Uma novidade interessante deste ano do Ranking ABAD NielsenIQ diz respeito à parceria entre a ABAD e a Targit no desenvolvimento de uma plataforma de BI – Business Intelligence que permite a análise dos dados da pesquisa em diversas instâncias. A ferramenta está disponível a todas as 740 empresas que responderam à pesquisa.

 

Com informações Assessoria de Comunicação ABAD

 

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